A presidente Dilma Rousseff prestou uma homenagem nesta segunda-feira (6) ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), e fez diversas referências a ele em discurso durante cerimônia de posse das diretorias da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Associação Comercial de São Paulo.
Dilma destacou o “papel estratégico” da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, novo ministério criado no último dia 1º de abril, mas que ainda não teve o ministro anunciado. A pasta será a 39ª do governo, e Afif é um dos nomes cotados para o posto.
“Quero aproveitar esta cerimônia para escolher homenagear um de vocês. Homenagear um brasileiro que colocou na pauta do país, na nossa pauta, o apoio às micro e pequenas empresas, fazendo com que reconhecêssemos que essa é uma questão estratégica e é uma questão imprescindível para o futuro e para o presente do país. Eu me refiro aqui ao Guilherme Afif Domingos”, declarou a presidente.
Dilma ressaltou a participação de Afif na aprovação do Estatuto da Microempresa e da aplicação da proposta do Simples Nacional, medida implementada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que, segundo a presidente, “reduziu, unificou e simplificou os impostos e seu recolhimento”.
“Parabéns ao Guilherme Afif por todas essas iniciativas que, de fato, mudaram a história até então do micro e pequeno empresário, esse grande empresário que controla o pequeno negócio no nosso país”, afirmou.
De acordo com a presidente, o governo tem “compromisso inquestionável” com os pequenos negócios e, segundo ela, “isso vai ficar cada vez mais claro a partir da nossa recente iniciativa, a partir da criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa”.
Dilma afirmou que poderia manter a questão das microempresas no âmbitop do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior, “mas ela nunca seria tratada com a principalidade que ela merece”.
“É necessário, portanto, que passemos por esse período em que haverá um ministro olhando só para a questão dos micro e pequenos negócios”, afirmou.
Dilma disse ainda ter “profunda consciência” da importância da desburocratização, “em especial nos pequenos negócios”. Segundo ela, houve um momento em que o país teve de construir “mecanismos perversos” para conter o gasto público. “Essa é a burocracia que temos sistematicamente que derrubar nos próximos anos”, afirmou.
“Se a burocracia aleija uma grande empresa, ela mata microempresários. Ela mata também as médias [empresas], que tem menos resistência”, declarou.
Inflação
Ao falar sobre a importância de se qualificar o trabalhador da micro e pequena empresa, em especial o da construção civil, Dilma afirmou que é preciso “reconhecer” que o país tem “várias condições” favoráveis à economia, entre as quais uma inflação “sob controle”.
“Temos juros em níveis civilizados, temos câmbio equilibrado, inflação sob controle, reduzimos tributos e vamos reduzir sistematicamente, até porque hoje consideramos que o governo dá o mesmo tratamento para redução de imposto que dá para a importância em investimento em infraestrutura. E estamos agora diminuindo o custo da energia e desonerando a cesta básica”, declarou.
Segundo Dilma, o Brasil “tem uma condição mais sólida” do que no passado. “Nós não quebramos quando a crise estoura lá fora”, disse a presidente, destacando a necessidade de ter uma política de formação profissional. “Não podemos abrir mão de formar trabalhadores para que mantenhamos nossa competitividade”, declarou.