A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (25) que a aliança de seu governo com o PMDB é “bastante estável”, mas admitiu “flutuações” na relação entre o Planalto e o principal partido aliado.
“Nós estamos há 2 anos e 4 meses compartilhando com eles [PMDB] o governo. Aliás, com toda a base aliada. Nós temos uma grande estabilidade. Há flutuações, porque também há interesses momentâneos desse ou daquele segmento. Nós não vemos nenhum problema nas relações com o PMDB, nenhum”, disse Dilma durante viagem à Etiópia, onde participou da cerimônia do Jubileu de Ouro da União Africana (UA).
Para a presidente, num regime democrático as diferenças “sempre ocorrem” e, segundo ela, as vistas até agora entre o governo e o PMDB “não são tão relevantes assim.” Dilma ainda lamentou a tentativa de se instalar no Congresso uma CPI para investigar a Petrobras – iniciativa que conta com apoio de parte da bancada do partido aliado.
“Lamento [a tentativa de instalar a CPI para investigar a Petrobras]. Lamento porque não vejo nenhum motivo para tal. Agora, não decido sobre isso, não voto sobre isso”, disse a presidente. Para ela, porém, a instalação da comissão não deve ter potencial para arranhar a imagem da empresa.
Na semana passada, o governo enfrentou dificuldades para aprovar no Congresso a chamada MP dos Portos, que altera marco regulatório e deve levar a aumento dos investimentos no setor portuário. A aprovação da medida provisória, faltando quatro horas e meia para perder a validade, só foi possível depois de acordo com o PMDB, autor de emendas ao texto que contrariaram o Planalto.
As mudanças no texto da MP foram encabeçadas pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e geraram mal-estar entre o partido e o Planalto, além de bate-bocas em plenário.