A contribuição do serviço de assessoria técnica realizado em dez comunidades de Uauá, bem como as dificuldades vivenciadas no dia a dia das famílias foram compartilhadas numa atividade coletiva de encerramento do Projeto Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater Estadual, vinculado ao governo do Estado.
As experiências socializadas pelos beneficiários/as, em sua maioria, se deram a partir da participação nos Dias de Campo, visitas técnicas, cursos, seminários. Plantios consorciados, estoque de forragem, mutirões para construção de tecnologias, são alguns dos resultados do aproveitamento que as famílias tem feito do trabalho de Ater prestado pelo Irpaa no município. Além disso, a colaboração da equipe técnica na elaboração de projetos produtivos para as comunidades (acesso à editais públicos) e a integração das associações fazem parte do conjunto de elementos apontados como pontos positivos da avaliação.
A beneficiária Eugênia Maria da Silva, da comunidade de Cocobocó, foi a vencedora do Festival de Feno realizado na comunidade. A partir de um Dia de Campo, as/os agricultores passaram a investir na produção de feno para alimentar o rebanho e Dona Eugênia conseguiu, em poucos dias, produzir 200 kg de feno feito com plantas forrageiras da Caatinga. Para a agricultora foi importante aprender a aproveitar a Caatinga para armazenar alimentos para os animais.
Outra experiência exitosa é relatada pelo agricultor Valdemar Rodrigues, de Lajes das Aroeiras, que hoje possui uma área de plantio consorciado de sorgo, milho e andu. Segundo ele, em sua propriedade hoje sobra forragem, o que o deixa seguro com relação a alimentação do rebanho, caso a estiagem se prolongue ainda mais. “São coisas que deixa a gente satisfeita com nossos parceiros”, diz Seu Valdemar.
O técnico William de Souza, destacou que as atividades complementares também foram importantes para o fortalecimento da proposta de Convivência com o Semiárido no município. Em sua opinião, a realização de mini-cursos, o fomento à Feiras e a participação em Fóruns, Comissões e Conselhos contribuíram com o processo de organização das comunidades.
O encontro teve início com uma mística seguida de apresentação das/dos participantes e seguiu com a retomada dos eixos de atuação e cronograma de atividades planejadas há um ano, quando teve início o acompanhamento das famílias feito pelos colaboradores do Irpaa. Durante todo o evento, foi expressiva a expectativa dos/das beneficiários e beneficiárias com relação à continuidade do trabalho. “A forma que o Irpaa trabalha com o agricultor, mostra a realidade, a forma de melhorar a vida, é extraordinária, por isso a gente fica triste quando ouve falar que [um projeto] vai terminar”, manifesta-se Seu Valdemar, que cita a Coopercuc (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá) como um exemplo da atuação da entidade no município iniciada há cerca de 20 anos.
Ao mesmo tempo Seu Valdemar reconhece que a força de vontade dos/das agricultores/as e a troca de conhecimentos com a equipe possibilita a continuidade da experimentação no dia a dia da prática agropecuária. O estagiário Cris Emanuel, estudante da Escola Família Agrícola de Monte Santo, concorda e avalia o trabalho que vem sendo feito com esses/as produtores/as familiares como uma assessoria técnica de independência.
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Comunicação IRPAA
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