Capital, Rio Branco, e outras 6 cidades estão entre mais atingidas. Índios deixam aldeias e bombeiros da Força Nacional chegam para ajudar.
O grande volume de chuvas fez o Rio Acre chegar à marca de 17,24 metros – mais de três metros acima do ponto de transbordamento – segundo medição registrada nesta segunda-feira (20).
Em 1997, o rio alcançou o nível máximo já registrado, com 17,67 metros, sendo considerada uma das piores cheias da história do estado.
Várias cidades estão alagadas e subiu para mais de 6 mil pessoas o número de desabrigados, segundo dados da secretaria de comunicação do governo do estado. Mais de 8 mil casas foram alagadas. As cidades de Rio Branco, Porto Acre, Santa Rosa, Rio Branco e Assis Brasil, Manoel Urbano e Sena Madureira estão entre as mais atingidas.
A prefeitura de Porto Acre decretou situação de emergência, onde pelo menos 230 famílias ribeirinhas estão desabrigadas devido à cheia. Na área urbana, há outras 22 famílias estão desabrigadas.
Nas cidades de Santa Rosa, Rio Branco e Assis Brasil, a situação é grave devido à cheia do Rio Iaco. Em Santa Rosa, o rio se mistura com a rua invadindo os espaços que antes eram tomados por pedestres e veículos. Pelo menos 100 famílias tiveram as casas invadidas pela água.
Índios Kaxinauwá e Jaminawa também tiveram que deixar suas aldeias e foram transportados para a cidade. Em Assis Brasil outras 149 famílias foram desabrigadas. Em Rio Branco, desabrigados foram levados para um parque de exposições. Outros estão ficando em casas de parentes ou sendo acolhidos em alojamentos como escolas e outros espaços públicos.
O bairro Alto de Rio Branco ficou totalmente isolado por conta da enchente do Riozinho do Rola, um afluente do Rio Acre, e as autoridades locais tiveram que usar um helicóptero para levar alimentos aos moradores desta área neste domingo (19). Apesar da situação ser preocupante, as autoridades de Rio Branco decidiram manter as festas de carnaval, que, na noite do último sábado, reuniram mais de 40 mil pessoas no centro da capital do estado.
Segundo as autoridades locais, a região boliviana de Pando, na fronteira com o Acre, teve 185 famílias removidas neste domingo por causa das inundações.
O governo federal enviou pelo menos 30 militares da Força Nacional para auxiliar no trabalho de remoção das famílias atingidas. Segundo a Agência de Notícias do Acre, a tropa está a disposição do Corpo de Bombeiros para colaborar com a retirada das pessoas que estão ficando desabrigadas.
Cada militar da Força Nacional acompanha duas equipes de quatro pessoas que são enviadas aos locais onde as vítimas da enchente solicitam apoio da Defesa Civil. Os militares chegaram no Acre em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo Armin Braum, da Defesa Civil Nacional, enviado para acompanhar de perto a situação em todo o estado, mais 40 bombeiros estão chegando para somar esforços, além de cestas alimentícias, medicamentos e 15 médicos da Fundação Nacional de Saúde, informa a Agência de Notícias do Acre.