A catarata é uma doença dos olhos que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou de sua cápsula. Pode ser desencadeada por vários fatores, como traumatismo, idade, Diabetes melitus, uveítes, uso de medicamentos, etc.. Tipicamente apresenta-se como embaçamento visual progressivo que pode levar a cegueira ou visão subnormal.
É uma doença conhecida há milhares de anos e sua cirurgia já é realizada há séculos. Atualmente, a técnica cirúrgica mais moderna para o tratamento da catarata, consiste da remoção do cristalino por microfragmentação e aspiração do núcleo, num processo chamado Faco-emulsificação, e posterior implante de uma lente intra-ocular.
A evolução da técnica permite hoje incisões muito pequenas, entre 2 e3 milímetros, o que dispensa a necessidade de sutura e possibilitando assim, que o paciente seja submetido à cirurgia de catarata com anestesia tópica (apenas colírios), saindo da sala de cirurgia já enxergando, com uma visão bem próxima da visão esperada, a qual costuma ocorrer em cerca de 1 mês após a cirurgia.
Edite Macedo, 81 anos, aposentada, conta que há cerca de três anos começou a sentir os efeitos da catarata. “Comecei a não enxergar muito bem, as imagens ficavam turvas, amareladas. Sentia como se meus olhos tivessem cheios de areia. De longe era impossível enxergar. Na época, o médico falou que não seria necessário operar e só no início deste ano, é que me operei dos dois olhos”.
Não há outro tipo de tratamento, além do cirúrgico, com índice de sucesso em torno de 90%. A aposentada Josefa Campos conta que está se preparando para a cirurgia. “Sinto meus olhos lacrimejarem muito e não quem dê jeito nessa situação. O médico passou um colírio há uns três anos e me senti melhor, mas, agora, estou sentindo os efeitos novamente e, dessa vez, terei que operar”.
Nos dois casos, a catarata foi decorrente da idade – como acontece em muitos casos, como explicam os médicos. A catarata é a maior causa de cegueira reversível no mundo, costuma atingir pessoas com mais de 60 anos, por conta do envelhecimento natural, mas também pode acometer crianças e jovens devido a outros fatores, como traumas na região dos olhos, efeitos colaterais de medicamentos de uso prolongado, como colírios com corticóide e inflamações intra-oculares, além de desordens metabólicas e outras doenças, a exemplo de diabetes, reumatismo, artrite, lúpus, infecções, rubéola e a catarata congênita, com casos mais raros de hereditariedade em que as crianças já nascem com a doença, geralmente filhos de mães que tiveram rubéola ou toxoplasmose no início da gestação.
Cirurgiada há oito meses, Edite conta sobre os benefícios da cirurgia. “Em momento algum fiquei com medo de fazer a cirurgia. Fiz primeiro a de um olho e segui o repouso segundo as orientações médicas. No me seguinte operei o olho esquerdo e hoje enxergo com grande clareza. Uso óculos apenas para enxergar de longe, mas é porque já estou com as vistas cansadas. Coisa da idade. Mas a cirurgia me fez muito bem”.
Após a cirurgia, os médicos recomendam que o paciente fique de repouso entre 10 e 20 dias. É necessário usar um colírio pós-operatório, mas o paciente já sente o alívio na visão assim que sai do hospital. Não é recomendado ficar próximo de fogões ou coisas quentes e ter cuidado para na se abaixar nos primeiros dias.