Desde que deixou de ser apenas uma avaliação e passou uma das principais portas de acesso à educação pública superior, em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado pelo Ministério da Educação (MEC) provocou mudanças na prática pedagógica de professores e instituições, sendo os alunos os mais atingidos.
Criado para avaliar o processo de aprendizagem do aluno ao longo do ensino médio e verificar a qualidade da educação ofertada no País, o exame pretende cobrar menos memorização de conteúdo e fórmulas, e mais raciocínio lógico. O ensino interdisciplinar, mais flexível, passou a ser obrigatório para quem quer passar no exame.
São 45 questões em cada uma das quatro provas, ao todo, são 180 questões em dois dias de avaliação. Para a estudante Graziela Leal, 17, a contextualização dos conteúdos e o ensino interdisciplinar são um dos pontos principais do processo. “O Enem, em geral, é um processo seletivo fácil. Ele exige que nossa percepção seja mais aguçada e que nossa capacidade de associação e contextualização esteja afiada, já que o exame propõe que uma mesma questão envolva mais de uma disciplina”, afirma Graziela.
A candidata ainda ressalta que em sua escola foi feita uma adaptação nas provas para simular o Enem. “Em minha escola as provas envolvem várias disciplinas e cada prova tem 45 questões com o prazo de quatro horas para resolvê-las, da mesma forma que exige o exame”, conta.
Passou o tempo que a leitura e interpretação de textos eram requisitos restritos à prova de redação ou português. Com a popularização do Enem e sua aderência, os candidatos, instituições e professores devem se aprimorar nessas áreas. O Enem cobra uma lista menor de conteúdos do que os vestibulares realizados no País, menor até mesmo que os programas municipais de ensino médio.
Neste ano, segundo apuração do GUIA DO ESTUDANTE, 167 faculdades optaram por utilizar o Enem em seus processos seletivos. Cada instituição tem autonomia para decidir uma das cinco formas de aplicação do exame.
Enem e Sisu, Fase única no vestibular, Primeira fase do vestibular, Parte da nota do vestibular e Bonificação para a nota do processo seletivo são as cinco maneiras para se utilizar o Enem como processo seletivo. As provas são formadas por quatro áreas distintas, que exigem muito conhecimento específico dos candidatos, são elas Ciências Humanas e suas Tecnologias. Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação e Matemática e suas Tecnologias.
Os 5,4 milhões de estudantes brasileiros inscritos têm, somente mais 3 dias para estudar para a prova que dá acesso a várias instituições de ensino superior. O exame será aplicado neste final de semana, nos dias 22 e 23 em todo o país.
Temas de redação que podem cair no Enem:
- Meio ambiente;
- Combustíveis alternativos e novas fontes de energia;
- A educação na sala de aula e o papel do professor;
- Desastres climáticos como tempestades elétricas, tufões e ciclones;
- Má nutrição, distúrbios alimentares e o excesso de modelos e celebridades magras em excesso na mídia.