Por enquanto, o governo não planeja financiar a remoção das próteses de silicone adulteradas produzidas pela empresa francesa PIP. A informação é da assessoria de imprensa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão federal).
Quase 25 mil implantes de seio da marca (hoje falida) foram vendidas no Brasil, com risco aumentado de rompimento da prótese e inflamações no músculo e nas glândulas mamárias, por exemplo. O governo francês está custeando a troca das próteses das mulheres do país.
Segundo o Procon-SP, se o médico recomendar a troca ou retirada da prótese, todas as despesas das intervenções devem ser cobertas pelo fabricante ou pela importadora do produto no Brasil.
A comercialização da prótese PIP está suspensa desde abril de 2010, mas ainda restam cerca de 10 mil unidades com a importadora. Anteontem, a Anvisa anunciou que vai cancelar o registro do produto. As próteses restantes serão recolhidas e destruídas.
A orientação para as brasileiras com a prótese PIP implantada é que procurem seus médicos para uma avaliação do estado do produto.
PERIGO EM DÚVIDA
“Não temos registrado aqui no Brasil os problemas que estão sendo falados na França”, diz Sebastião Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Na França, pela última contagem, 20 mulheres que usavam o implante da PIP tiveram câncer, mas não há prova concreta do vínculo entre a doença e o produto.
“A prótese não é cancerígena. O que ela provoca é uma ruptura mais frequente e, como toda prótese mamária, tem de ser trocada nesses casos”, diz José Horácio Aboudib, que sucederá Guerra como presidente da sociedade na semana que vem.
Caso a paciente não lembre qual é a marca da sua prótese, o médico pode fazer uma consulta ao histórico médico dela. Se houver necessidade de troca, ela terá de pagar pela nova prótese. Hoje o custo médio é de R$ 1.600, sem contar os gastos com a cirurgia.