A audiência de conciliação realizada ontem (7) entre os trabalhadores e a diretoria dos Correios, terminou sem acordo. Diante do impasse, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou a abertura de dissídio coletivo – ações propostas na Justiça do Trabalho que não foram solucionadas pela negociação direta – que será julgado na próxima terça-feira (11).
Os trabalhadores dos Correios estão em greve desde o dia 14 de setembro. Na tentativa de acordo, o ministro do TST fez uma nova proposta, que inclui pagamento imediato de abono de R$ 800 mais aumento real de R$ 60 a ser pago no dia 1º de janeiro de 2012. Seriam descontados ainda seis dias de trabalho em 12 parcelas. Os trabalhadores receberiam também reajuste de 6,87% retroativo a 1º de agosto.
A proposta foi aceita pela diretoria dos Correios, mas rejeitada pelos trabalhadores. O motivo do empecilho é o desconto dos dias parados. Antes do final da audiência, o presidente do TST fez um apelo aos trabalhadores e à diretoria dos Correios para que a situação fosse resolvida, uma vez que o dissídio pode ser pior para ambas as partes.
Conforme João Oreste Dalazen, em outros julgamentos sobre greve, a Justiça do Trabalho já decidiu, por exemplo, pelo desconto integral dos dias parados. “A Justiça vai determinar o desconto não de seis, mas de 24 dias. As duas partes estiveram em posições que pouco favoreceram a negociação. Em vez de avançar, estamos nos afastando do que seria um ponto de evolução.”
Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) afirmaram, durante audiência, que qualquer proposta que remeta a desconto dos dias parados não será aceita pela categoria, uma vez que em greves anteriores não houve desconto
Fonte: G1