Durante muitos anos do governo PSDB com PMDB (este é sanguessuga… ataca em todas as frentes…) e outras agremiações da mesma linha, a imprensa não conseguia (se o fez foi de modo tímido) mostrar os desmandos, falcatruas, apadrinhamento, desvio de verba e tantas outras mazelas da política brasileira.
Hoje, melhor dizendo, desde o governo do soberano Luis Inácio Lula da Silva, em 2003, que a mídia vem desempenhando um papel fundamental na revelação de tudo aquilo que se encontra nos covis brasiliense (entenda Congresso Nacional e Planalto).
Mais ativa do que nunca, a imprensa faz uma varredura pelas gestões estaduais e municipais desse país a fora (ainda tem muito a mostrar) e nos apresenta uma total falta de homem público comprometido com o dinheiro público.
Excetuando, claro, a revelação protagonizada pelo então “d’Artagnan” tupiniquim, Roberto Jefferson (PTB), que denunciou a prática de compra de votos na Câmara, o chamado mensalão, bomba suficiente para criar a maior crise política sofrida pelo governo do presidente Lula em 2005/2006, a imprensa está navegando por mares revoltos e tsunamis políticas.
Instigante, veloz e eficaz no modo de apresentar a roubalheira do governo PT com seus agregados, PCDdoB, PMDB (sempre…), PDT e o restante da corja, a imprensa é sempre muito questionada, apedrejada e apelidada como “mídia golpista”, “a ditadura da mídia” e tantas outras desqualificações aberrantes.
“Nunca antes na história deste país”, imitando um pouco o discurso do nobre convalescente ex-eterno presidente Lula, se viu tanta lama no ventilador quando o assunto é dinheiro público X representante do povo.
Que isso tudo sempre aconteceu neste vasto território brasileiro não é novidade nenhuma. O espanto, talvez, seja o modo avassalador, veloz e absurdo como isso vem se processando.
Das duas uma: ou a imprensa antes (na época do PSDB e os demais asseclas) não foi suficientemente investigativa e possivelmente conivente com alguns grupos ou atualmente ela reassumiu sua função prioritária de ouvidoria da sociedade.
É impossível não reconhecer que a imprensa tem contribuído, e muito, para desmascarar lobos com peles de cordeiros, santos de pau ocos e bandidos que estão conectados às grandes corporações financeiras e políticas.
É impossível não reconhecer que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal e demais unidades estão fazendo o dever de casa direitinho. Também é impossível aceitar que a justiça é rápida e sempre justa (às vezes é).
Um fator primordial nisso tudo é que estamos sem oposição. Sim, porque oposição neste país só o PT sabia fazer. O PT sempre foi (e é) ímpar neste quesito. Depois dele nenhum partido assumiu o front. Nenhum. Afinal, a escola foi específica para alunos vermelhos e futuros governantes.
Os demais estudantes da chamada direita desse país ficaram na janela vendo a banda passar tocando “não, não, não vou não…minha mulher não deixa não”. Você pensava que era a música Banda de Chico Buarque? Uhhh golou o ovo….Chico foi na época em que existia uma intectualidade e visão socialista/transformadora da sociedade.
Hoje? Ou você se contenta com as músicas vulgares e as piadas do Pânico ou assiste os BBBs e as Fazendas da vida ou Ana Maria Braga debatendo reforma política no horário da manhã com as donas de casas. Depois escolhe uma dessas figuras para representar o povo no Congresso, e ponto final.
Voltando ao papel da imprensa.. falada, escrita, televisionada, facebookada, blogada, twittada e conectada..que bom que ela está alerta, ativa, operante, reveladora. Que bom que ela se renova e amplia suas fronteiras para além da condicionante “pauta pronta”.
Se ela erra? Muito e muito. Mas ainda assim ela é considerada a voz ativa de uma sociedade. Sem ela estamos fadados ao fracasso e perderemos o timing para consolidar o sistema democrático.
Por Teresa Leonel*
* Socióloga e jornalista, professora de jornalismo e publicidade, especialista em Ensino da Comunicação Social e mestranda em Comunicação.