O desrespeito que houve para com a imprensa, mais uma vez- é válido ressaltar, já que em 2010, quando o Carnaval fora organizado pela Prefeitura de Juazeiro, passamos pelo mesmo problema para entrevistar artistas nos trios-, na noite desta quinta-feira (02), tomou conta das redes sociais e virou um verdadeiro manifesto contra os assessores da Prefeitura desta cidade. A mim, Laiza Campos, foi dito a poucas horas do início do evento, que não seria mais necessário credenciar a imprensa. Seríamos recebidos apenas pela apresentação do crachá funcional. Duvidei instantaneamente, já que vivi isso em 2010.
Disse a um dos assessores da Prefeitura: “Espero que dessa vez, dê certo, porque no último ano fui barrada e não pude entrevistar algumas pessoas”. E ele respondeu: “Vai dar sim. Não entendo o porquê dessa agonia dos jornalistas pelo camarote”. Ora, a resposta me parece um pouco óbvia. Estamos em ano político e o prefeito, certamente, recebeu no camarote – pago pela verba pública – seus correligionários. Nada mais natural que a imprensa possa participar desse momento para cumprir pautas de política que, certamente, surgiriam pelas presenças e ausências no camarote da Prefeitura e gerariam boatos. Será que esse era o medo?
Minha avó dizia sabiamente na minha infância que, gato escaldado tem medo de água fria. Pois bem. Nem sequer tentei entrar em lugar algum apresentando crachá de imprensa. Sabia que seria barrada e me poupei do constrangimento. Foi a decisão mais acertada, já que acordei nesta sexta-feira (03) com um bombardeio de notícias sobre o vexame de muitos colegas da imprensa.
Passarei o carnaval sem tentar entrar em trio ou camarote para entrevistar ninguém. Meu texto sobre a cobertura do Carnaval não terá entrevista de nenhuma autoridade que possa estar em camarote ou trio. Se, em ano eleitoral, a organização do Carnaval não está preocupada em manter uma boa imagem para com a imprensa (que, até onde eu sei, funciona como um olho da sociedade), imagine com o resto.
Espero que, diante de todas as manifestações que ocorreram na manhã desta sexta-feira, alguém acorde e tome uma providência sobre esse problema constante de organização. Dessa vez, não dá pra dizer que foi intriga da oposição. Todo mundo sentiu o mesmo arranhão na pele.