O presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), Clementino Coelho, irmão do ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), deixou o comando da estatal, segundo decreto publicado nesta terça-feira (10) no “Diário Oficial da União”.
Ele foi substituído por Guilherme Almeida Gonçalves de Oliveira, que assume o estatal interinamente.
A troca ocorre após as acusações de que Bezerra teria ignorado o decreto antinepotismo ao manter o irmão na Codevasf durante quase um ano.
Segundo reportagem publicada hoje pela Folha, o ministro obteve em dezembro o adiamento da cobrança de uma dívida da Prefeitura de Petrolina (PE) com a estatal ligada à pasta e então presidida por seu irmão.
Quando prefeito de Petrolina, de 2000 a 2006, Bezerra firmou convênio de R$ 23 milhões com a Codevasf para a construção de estações de tratamento de esgoto. Clementino era diretor de Infraestrutura da estatal.
A Codevasf afirmou que prorrogações são “naturais” nesse tipo de procedimento, por envolver diferentes esferas administrativas e possibilidades de recurso. Segundo a estatal, “não cabe falar em nenhum favorecimento”.
Suspeitas
Bezerra responde a outras suspeitas de irregularidades cometidas durante seu mandato à frente da Prefeitura de Petrolina. Reportagem da Folha de segunda-feira mostra que o ministro utilizou recursos públicos para comprar um mesmo terreno duas vezes, quando era prefeito.
O ministro também está envolvido em suspeitas de favorecimento ao seu Estado, Pernambuco, e ao seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), que teve todas as emendas destinadas à pasta liberadas.
Na próxima quinta-feira, o ministro deve dar explicações à comissão representativa do Congresso Nacional sobre as suspeitas.
Como o Congresso está em recesso até fevereiro, o ministro será ouvido pela comissão composta por 17 deputados e sete senadores.
Editoria de Arte/Folhapress