Pouca gente, aqui em Juazeiro, saiu em sua defesa como eu. Só por escrito: “em defesa de Juazeiro IV”. Nas rodadas, nos ambientes, multiplique por mil. Hoje, mais uma vez, em sua defesa. Só que não em comparação com outras cidades.
Juazeiro hoje está atolada no mal e no mau.
Mal: aquilo que prejudica ou fere; o que se opõe ao bem, à virtude à honra, à saúde .
Mau: aquilo que é nocivo, irregular, imperfeito, funesto, perverso.
Não sei se mal, mau ou os dois juntos, aquilo que acontece nos bares, nas esquinas, nas rodadas, nos encontros. Há os que defendem o indefensável, desde que estejam do lado do poder e há acusadores, de tudo e de todos, desde que sejam contrários ao governo. É engraçado. Conheço pessoas (que se dizem líderes) que, quando estão no poder acham Juazeiro um céu perfeito; quando fora dele, a cidade passa a ser um inferno. Dois pesos e duas medidas para a mesma situação.
Como já registrei várias vezes coisas boas da cidade, no momento, quero analisar, sem preconceito, sem defesa e sem acusação, fatos e atos que poderiam melhorar aquilo que está piorando. Como justificar a sujeira e buraqueira da cidade? Qual a real justificativa para um órgão da Prefeitura (SAAE) quebrar, quebrar e tornar quebrar e não consertar? Por que o órgão forma uma equipe para quebrar e não forma uma para deixar como achou? Se o papel dela é quebrar, de quem é o papel de consertar? Na visão de um administrador, deveria a reposição, principalmente de ruas esburacadas, acontecer imediatamente. Caso a obra termine a noite, que o tempo para iniciar o conserto, seja no máximo de 12(doze) horas. Não se concebe ficarem dias, meses e até anos buracos abertos pela própria Prefeitura.
Ouvi num programa de rádio, um locutor dizer que a cidade de Juazeiro tem uma arrecadação de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) mensal. Parece muito, mas pode ser pouco. Parece pouco, mas pode ser muito. Depende da situação e principalmente de gestão. Na minha visão, que nem é muito larga e nem muito estreita, a arrecadação dá, até demais, para não se ter uma cidade suja, esburacada, calçadas irregulares, esgotos correndo no meio fio, pagamentos atrasados, postos de saúde sem material, sem médicos, sem pessoal. Não há como entender obras iniciadas e paradas (e temos aos montes); nem mesmo, promessas feitas e não cumpridas.
Falei dos “buracos”, e as fofocas? Indo a Barreiras, encontrei-me em Lençóis, com um médico, filho de Juazeiro, que hoje mora no exterior (estava a passeio). Conversa vai, conversa vem, ele me disse que acompanha, via internet os acontecimentos. Fez um viés e falou: “Infelizmente a maior parte é de fofoca, intriga, fuxico, cochicho”. – Ou Mário Gomes, eita terrinha que alimenta mexericos! E disse mais: – Uma pessoa minha me falou que na internet o mexerico quase não existe. O terrível está nas ruas, nos becos, nas esquinas, nos bares, nos encontros. “Fulano você está sabendo o quanto sicrano roubou, o rombo que beltrano deixou”. E haja acusação sem provas. Como hoje, até que se prove o contrário, quase todo mundo (principalmente políticos) rouba, não há como se armar uma defesa. Os escândalos se tornaram tão rotineiros, principalmente no que se refere ao dinheiro público, que quanto mais ladrão, mais aplaudido, mais bajulado, mais reverenciado.
Como disse o General Paulo Chagas: “… Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças”.
Há quem afirme que todo fofoqueiro é medroso. Existe um conto que retrata bem: O CAÇADOR MEDROSO: Um caçador procurava o rastro de um leão. Perguntou então, a um lenhador: – Se o senhor visse o rastro de um leão, sabia onde ele morava? – Vou mostrar-lhe o animal – respondeu o lenhador. Pálido de medo e batendo os dentes, o caçador exclamou: – Não estou procurando o leão, estou procurando o rastro dele.
Pois é, o fofoqueiro é assim: – rapaz eu não quero denunciar, apenas espalhar que fulano e sicrano roubam. Que beltrano meteu a mão, ganhou fortuna naquele projeto das casas, dos lotes etc. etc. etc.
Não sei qual o mal maior, se o medo do fofoqueiro ou a coragem do ladrão do erário público. É claro que com a justiça que temos, nenhum será punido.
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.