Por Ricardo Corrêa, da Agência estado
O Brasil vive um momento especialmente delicado, com o cidadão tendo poucas perspectivas de que de fato há alguém disposto a representá-lo nas tarefas de um governante. De um lado, vê o governo federal, o Congresso e o Judiciário darem de ombros para um problema fiscal que se agrava e, de outro, os principais líderes da oposição imbuídos em uma campanha que só interessa a eles próprios: a anistia a golpistas e a fuga das obrigações de cumprirem penas estabelecidas em nosso sistema jurídico.
De quem mais deveria se esperar, pela importância do cargo, se vê pouca coisa. No comando de um governo fraco, Lula e seus aliados têm um diagnóstico claro do problema: se nada for feito, haverá um colapso das contas públicas, no máximo, em 2027. Contudo, com a popularidade em baixa, como mostrado nesta quarta-feira, 4, pela pesquisa Genial/Quaest, o governo não quer colocar o dedo de fato na ferida.
As medidas para arrumar a casa são impopulares. Especialistas avisam que, sem uma reforma administrativa, a desindexação das aposentadorias do ganho real do mínimo e sem uma boa dose de arrocho, só há paliativos. Como artifícios contábeis ou um esforço permanente para aumentar a arrecadação às custas de uma sociedade já sacrificada. O governo prefere tentar ganhar a eleição de 2026, mesmo às custas de um risco enorme para o País.
Tribuna da Bahia