O trabalho voluntário movimenta cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo. A estimativa consta de um estudo da Universidade John Hopkins, de Baltimore (EUA), citado no Relatório sobre o Estado do Voluntariado no Mundo, divulgado hoje (5) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o programa Voluntários das Nações Unidas (VNU). O lançamento do relatório, o primeiro sobre o voluntariado no mundo, marca as comemorações do décimo aniversário do Ano Internacional dos Voluntários.
Em mais de 120 páginas, o relatório não cita números consolidados, mas elenca várias experiências e estudos internacionais, concluindo que o voluntariado é “universal e considerável”, presente em todos os países.
O estudo, que analisa a situação em 36 países, também estima que a contribuição econômica desses voluntários é US$ 400 bilhões por ano, o que representa, em média, 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nesses países. Nas nações em desenvolvimento, o trabalho voluntário representa 0,7% do PIB. Nos países desenvolvidos, o trabalho dos voluntários representa 2,7% do PIB.
Outro dado citado no relatório mostra que a taxa de pobreza na América Latina seria 10% mais alta sem o trabalho voluntário conduzido pelas mulheres, segundo projeção feita pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
O relatório também mostra, sem citar números específicos, que o voluntariado não ocorre somente por meio de organizações não governamentais, não é exclusivo de países desenvolvidos e não é uma tarefa apenas para mulheres.
Para demonstrar que o voluntariado é universal e está presente em todos os países, o relatório cita várias experiências, como o a do grupo de chilenos que, em 1997, iniciou a construção de 350 moradias populares para famílias que vivem nas favelas e depois expandiu essa experiência para 19 países da América Latina, mobilizando, por ano, 50 mil jovens voluntários de 17 a 28 anos. Outra experiência citada pelo relatório é a ação mundial contra a poliomielite que, desde 1998, já mobilizou 20 milhões de voluntários em todo o mundo.
O voluntariado, segundo o documento, tem impacto importante na prevenção de conflitos violentos e quando há desastres naturais. Há inclusive países, como a China, que tem cerca de 100 milhões de voluntários treinados e prontos para atuar em desastres de grande escala. A base de dados para o relatório foi coletada durante um ano por meio de pesquisas e entrevistas com políticos, autoridades governamentais, agentes internacionais, estudiosos, voluntários e profissionais do desenvolvimento. Mais de 130 países foram analisados. O Brasil é citado no relatório por sua experiência com mutirões.
Entre os dias 15 e 17 de dezembro, o Centro de Exposições e Convenções Expo Center Norte, em São Paulo, vai sediar a Conferência Internacional do Voluntariado. Durante o evento será divulgado estudo que analisa o voluntariado no Brasil.
Da Agência Brasil