Intolerância religiosa, preconceito racial e degradação do meio ambiente são os principais pontos de discussão do filme Jardim das Folhas Sagradas. O longa-metragem, que tem a duração de 90 minutos, será lançado na próxima sexta-feira (04) no River Shopping em Petrolina.
Com a necessidade de mostrar ao Brasil e a própria Bahia, em especial Salvador– cidade mais negra fora do continente africano -, a sua realidade multiétnica e multirracial, o diretor Pola Ribeiro trabalhou minuciosamente, durante treze anos, na produção do Jardim das Folhas Sagradas.
“O filme nasceu por uma necessidade do morador de Salvador enxergar o negro em uma posição de
destaque. O negro está em uma propaganda de turismo, mas não está, por exemplo, em direção dos

órgãos e eu comecei a prestar a atenção nisso”, diz Pola.
O diretor, que já participou da produção de 40 filmes exibidos em festivais, mostras e cineclubes, destaca a importância da cidade de Salvador aceitar suas raízes afro. “Salvador precisa encarar sua realidade, tirar o véu do preconceito e se entender como uma cidade negra e, assim, conquistar seu espaço no mundo”, ressalta.
O filme conta a história de Bonfim, um bancário bem sucedido, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. A personagem principal passeia entre diversos núcleos: o banco (ambiente profissional), grupo de ecologistas, grupo de teatro, membros do Candomblé (religião que se tornará adepto), além do âmbito familiar decadente.
Pola diz que o diferencial do seu filme está “Contar uma história de treze anos de pesquisa, estudo e produção é difícil e uma ousadia, talvez meu diferencial esteja aí, além de ser um filme que fala diretamente ao público”.
Nesta terça-feira (01) o diretor estará em Petrolina e Juazeiro para debater questões centrais do filme, através do documentário “Candomblé, ecologia e cinema”.
Em Juazeiro, o debate acontecerá na Casa de Cultura do Bairro Kidé a partir das 14h. Já em Petrolina, será na Associação de Mulheres Rendeiras do Bairro José e Maria a partir das 19h.
A realização destas discussões é gratuita e tem o apoio do NAEND’A, da Associação de Mulheres Rendeiras do Bairro José e Maria e do Ponto de Cultura História dos Heróis do Povo Negro.