Emagrecer não é tão simples, pois envolve uma série de fatores e não ocorre de uma hora para outra. Estas, a princípio, parecem ser afirmações óbvias, mas não são. Estão ligadas a alguns dos erros mais comuns cometidos por quem está se esforçando para perder peso.
Muitas vezes, as pessoas querem eliminar o sobrepeso da maneira mais rápida possível e, para isso, acabam deixando de lado os cuidados com a saúde. “O mais comum é o desejo de perda rápida de peso, não importando os erros alimentares e prejuízos à saúde que isso possa ocasionar. Assim, acabam embarcando em erros como restrição alimentar severa (dieta da lua, do abacaxi, só comer alface e maçã e outras coisas do tipo), a dieta da proteína (rica em gordura e colesterol) e a atividade física em jejum“, alerta a nutricionista Perla Menezes Pereira, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Buscar uma diminuição rápida de peso é um erro, pois pode causar o efeito reverso. “Perder peso rapidamente (por exemplo, 10% do peso inicial em um mês) é um exagero na organização dietética, o que, normalmente, cria um estado de ansiedade, provocado pela liberação das substâncias do estresse – não nos esqueçamos que emagrecer leva a grandes mudanças orgânicas – que termina com a ingestão compulsiva alimentar e o não sucesso no tratamento“, explica a endocrinologista Maria Carolina do Nascimento, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
O uso de medicamentos, sempre acompanhados de prescrição médica, muitas vezes é necessário no processo de emagrecimento. A endocrinologista alerta, porém, sobre a busca por comprimidos “milagrosos”, que prometem proporcionar o emagrecimento sem esforço. “É comum o desejo de uma medicação mágica, que permita o emagrecimento, sem mudanças nos hábitos de vida.”
É comum, também, as pessoas se preocuparem bastante com a fase de emagrecimento e, depois de conseguirem o resultado, não darem atenção ao próximo passo, que é de manter o que foi obtido. “Manter o peso é difícil porque as pessoas retomam os hábitos alimentares antigos e não realizam a manutenção da orientação nutricional. A melhor maneira de manter o peso é reforçar o processo de educação nutricional continuamente”, orienta Perla.
“Não se pode impor ao corpo situações que ele não será capaz de manter depois. Por isso, todo plano alimentar tem que ser concreto, não durante um período curto de tempo, e sim para sempre“, diz Maria Carolina.
Considerando os recentes acontecimentos envolvendo a utilização de produtos emagrecedores manipulados, adquiridos de forma irregular, a Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que os medicamentos utilizados no tratamento da obesidade devem ter a indicação e a supervisão de um profissional especializado. A decisão sobre usar ou não um medicamento para emagrecer deve ser tomada sempre por um médico, baseando-se na avaliação criteriosa dos riscos e benefícios envolvidos.