
Pernambuco será o primeiro estado do Brasil a adotar as mudanças determinadas pelo Ministério da Saúde para atender pacientes de dengue. De acordo com as mudanças no Manual de Diagnóstico e Manejo Clínico, agora o teste do laço e o cartão de controle da doença serão obrigatórios para todos os pacientes com suspeita do quadro. Os treinamentos dos profissionais de hospitais públicos e particulares já começam na próxima semana segundo reportagem do NETV 2ª Edição.
Representantes de todos os estados foram convocados para uma reunião em Brasília, que está acontecendo até amanhã (16), quando os detalhes das medidas serão anunciados. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, este ano foram confirmados 12.741 casos de dengue no estado.
No teste do laço, o braço do doente deverá ser pressionado por cinco minutos, e o médico observa o surgimento de pontos vermelhos. “A gente bota uma área equivalente a uma polegada. Se a gente tiver vinte micropetéqueas, pontinhos vermelhos que representam um tipo de sangramento, a gente considera como dado positivo. São pequenos do tamanho da ponta de uma caneta”, afirma o médico Carlos Brito, consultor do Ministério da Saúde. Se o teste do laço der positivo, o profissional de saúde deve consultar o protocolo que ficará afixado em todas as emergências públicas e particulares para definir a gravidade do paciente e o tratamento adequado.
Erros
O cartão da dengue, com o histórico do atendimento e os exames realizados, também passa a ser regra. “São destacados neste cartão os sinais de alarme. É informado aos pacientes que na presença destes sinais ele terá que voltar de imediato”, conta Carlos Brito.
“Paciente que tem uma dor abdominal constante, vômitos persistentes, sensação de tontura e desmaio, falta de ar, sonolência excessiva, irritabilidade, a urina que diminui…Qualquer sangramento, mesmo que seja em pequena quantidade, no nariz ou gengiva, são alguns dos sinais de alarmes”, detalha o médico.
As medidas foram tomadas pelo Ministério devido a erros básicos no atendimento aos casos da doença. Com as modificações, o governo quer tentar reduzir o número de mortes provocadas pela dengue. Hoje, 10% dos brasileiros que sofrem com a forma mais grave da doença morrem. O índice aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 1%.
G1-PE