Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (2) revela que operações da Polícia Federal detectaram em 2011 um desvio recorde de recursos públicos na ordem de R$ 3,2 bilhões, quantia que teria alimentado, por exemplo, pagamentos de propina a funcionários públicos, empresários e políticos. O montante – que equivale a quase metade do dinheiro previsto para as obras de transposição do Rio São Francisco – corresponde a mais de duas vezes do apontado pela polícia em 2010 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes o apurado em 2009 (R$ 219 milhões).
Houve também aumento do número de servidores públicos presos: de 124, em 2010, para 225 em 2011. Os números aos quais o jornal teve acesso estão em um relatório feito somente a partir das operações. De acordo com a PF, as investigações encaminhadas para o Ministério Público comprovam os valores. Não há relação direta entre as operações e a dita “faxina” promovida pela presidente Dilma Rousseff em seis ministérios, já que muitas das operações da PF são decorrentes de investigações antigas. A PF ainda afirma que a formação de equipes especializadas em estados como Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo é o fator responsável pelo aumento da comprovação do rombo.