O autor das denúncias que derrubaram o ministro do esporte se envolveu em uma briga dentro da sede do governo do Distrito Federal e foi preso. Ele alega que tentou devolver dinheiro oferecido como propina.
Imagens do circuito interno do Palácio do Governo mostram o PM João Dias e um funcionário dele carregando uma bolsa cheia de dinheiro. Eles entram no gabinete do secretário Paulo Tadeu. Neste momento, de acordo com a chefe de gabinete, Paula de Araújo, “João Dias derramou notas de dinheiro sobre uma mesa”. E em seguida a agrediu.
Seguranças são chamados e uma funcionária é jogada no chão. João Dias é retirado da sala. A chefe de gabinete xinga João Dias, que volta para tentar agredi-la e é contido. Ele quebra o dedo de um sargento e é carregado para fora.
João Dias disse que o dinheiro foi deixado na casa dele depois que uma comitiva do secretário Paulo Tadeu ofereceu R$ 200 mil para ele não denunciar o governo do Distrito Federal, proposta que ele disse que não aceitou.
No depoimento, João Dias também falou de um suposto esquema de corrupção para levantar dinheiro para a campanha de 2010, com a participação de Paulo Tadeu.
O secretario disse que João Dias esta tentando montar uma farsa. “Nunca foi meu esse dinheiro. Nunca tive relações pessoais nem políticas com essa pessoa, nem eu nem ninguém da minha família. É mais uma mentira dessa pessoa. Quero que ele apresente as provas”, afirmou Paulo Tadeu, secretário do governo.
João Dias é autor das denúncias que derrubaram o ex-ministro do esporte, Orlando Silva. Ele já foi preso acusado de desviar mais de R$ 3 milhões de um convênio com o Ministério. Agora, está em um presídio militar, autuado por lesão corporal.
“Na minha opinião, é uma prisão injusta ilegal. Minha posição de defesa é que se trata de medida política”, disse o advogado André Luis Figueira.
A delegacia de combate ao crime organizado vai investigar o origem do dinheiro apreendido, um total de R$ 159 mil, não R$ 200 mil como João Dias disse no depoimento.
Na noite desta quinta-feira (8), a Justiça concedeu a liberdade provisória a João Dias. O advogado alegou que a prisão foi desproporcional.
Fonte: Jornal da Globo.com
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