A população de Rio Largo, na Região Metropolitana de Maceió, está revoltada. O prefeito e todos os vereadores tiveram a prisão decretada. São todos suspeitos de corrupção.
O prefeito Toninho Lins está preso há uma semana na Academia de Polícia Militar em Maceió. Ele É acusado de apropriação de bem público, formação de quadrilha e dispensa irregular de licitação, mas continua administrando a cidade de lá.
As denúncias são de supostas irregularidades na venda de um terreno. A área tem mais de 200 hectares e, segundo Ministério Público do Estado, foi vendida por um valor bem abaixo do de mercado, em um esquema liderado pelo prefeito da cidade. Toda a negociação com empresários teria sido aprovada pelos vereadores em troca de vantagens.
Ao todo, cinco empresários estão presos. O terreno foi avaliado em mais de R$ 21 milhões, mas vendido por R$ 700 mil. A área teria sido desapropriada para a construção de casas populares. “Na verdade, o que nós apuramos é que esse loteamento será vendido ou seria vendido às pessoas por preço de avaliação normal. Ou seja, o custo final dessa obra pode chegar a R$ 200 milhões”, afirma o procurador-geral de Alagoas, Eduardo Tavares.
O advogado do prefeito de Rio Largo, José Fragoso, já entrou com pedido de habeas corpus. Ele diz que a prisão é ilegal: “tecnicamente, essa prisão é insustentável. Ela é desnecessária”.
Enquanto isso, na Câmara Municipal, nove vereadores tiveram a prisão decretada. Os mandados de prisão foram cumpridos sob forte esquema policial. Três ainda estão foragidos. Nenhum deles foi afastado do cargo, mas os suplentes já brigam pelas vagas.
Os documentos apreendidos na prefeitura e na Secretaria de Finanças estão sob a guarda do Ministério Público de Alagoas. A Procuradoria-Geral de Alagoas informou que vai pedir o afastamento do prefeito de suas funções.
