Apesar da decisão judicial que determinou a volta imediata dos professores da capital baiana e do interior, em greve desde o último dia 11 de abril, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil pelo não cumprimento, o sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) segue com o movimento paredista e com a ocupação na Assembleia Legislativa.
“Fizeram isso com o intuito de enfraquecer o nosso movimento, mas provocou justamente o contrário. Estamos ainda mais fortalecidos e unidos em prol da nossa luta. A greve continua sem previsão de fim, pois nós já recorremos desta decisão a qual entendemos como arbitrária”, disse a vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros.
Segundo ela, a categoria contesta ainda a forma de adoção da medida, que, sob a ótica do sindicato, tem penalidade exorbitante.“A decisão interfere na autonomia e liberdade sindical, mas não cobra do governo que ele seja transparente e abra as contas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) para mostrar aos profissionais porque não pode pagar o piso salarial, como os demais estados. Queremos que a justiça faça jus ao nome e seja justa, isenta e imparcial”, argumenta.
Betros confessou à reportagem da Tribuna que a categoria está indignada com a aprovação do Projeto de Lei 19.779/2012, que trata do reajuste salarial dos professores da rede estadual e que foi aprovado na noite da última terça-feira (24), por 33 votos a favor versus 19 votos contrários.
Reajuste
Com a aprovação do projeto, os professores terão reajuste de 3% em 2013 e 4% até 2014. Entretanto, o percentual pleiteado pela categoria é de 22,22% – o que segundo o líder governista Zé Neto é impossível de atender no momento.
Mesmo com o aumento para professores não licenciados, de R$ 1.187,98 para o estabelecido pelo piso nacional de R$ 1.451, o projeto não é bem visto entre os trabalhadores porque torna a remuneração fixa, sem possibilidade de melhorar o salário com gratificações.
Com informações Ascom APLB