
Amanhece o dia. Eles já estão com redes de pesca em mãos para lançar às águas. É assim que se inicia a rotina de trabalho de centenas de pescadores de todo o Brasil.
Apesar de iniciarem bem cedo a pesca, quando o sol ainda está ameno, eles precisam contar com a sorte para pescarem uma quantidade de peixes suficiente para manterem o sustento de suas famílias. No entanto, quando ‘a maré não está para peixe’, o que resta aos pescadores é a exposição, por horas, ao sol quente, o que acaba, na maioria das vezes, lhes causando doenças, a exemplo do câncer de pele.
Pensando em beneficiar pescadores de todo o país no que diz respeito aos cuidados com a pele, foi criado esse ano, pelo deputado Cleber Verde, do Partido Republicano Brasileiro, no Maranhão (PRB-MA), o Projeto de Lei 1264/11 que pretende criar programa de combate e prevenção ao câncer de pele.
O projeto encarrega o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional da Saúde de regulamentar e a executar o programa. Fornecendo às secretarias de saúde estaduais conhecimentos técnicos e cursos a respeito do câncer de pele, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, a cada ano, acomete mais de 100 mil pessoas no Brasil.
Em Juazeiro, a possível aprovação do projeto foi recebida com alegria por pescadores.
O pescador José Missor (45), conhecido como Zé Missor, conta que passa o dia praticamente todo exposto ao sol e que apesar de, às vezes, usar filtro solar durante suas pescarias; não tem condições de se proteger diariamente.

“O filtro solar é muito caro e, na maioria das vezes, vou para a pescaria sem proteger a pele. Fico satisfeito com esse projeto de lei que pode nos beneficiar”, comentou o pescador.
Zé Missor pontua que “algumas vezes, eu até tento buscar um sol mais ameno para pescar, mas fica difícil, porque quanto mais sol, melhor para a pescaria. Então, o jeito é tentar se proteger”.
Para o pescador Luiz Gonzaga (57), o Projeto de Lei 1264/11 é importante porque pode evitar que muitos pescadores passem pelos mesmos problemas que ele enfrentou há dois anos, quando descobriu que tinha câncer de pele.
“Há dois anos percebi que algumas manchas começaram a aparecer no meu corpo. Fui ao médico e descobri que estava com câncer de pele. Não quero que isso aconteça com outros pescadores e espero que esse projeto seja útil nesse sentido”, enfatizou.
Sintomas de câncer de pele e prevenção
O aparecimento de feridas que não cicatrizam; surgimento de manchas escuras, marrons ou pretas que não desaparecem ou qualquer mudança na tonalidade da pele, por mais simples que pareça, podem ser sintomas dos tipos mais comuns de câncer de pele.
Para prevenir a doença, os especialistas aconselham o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), a exemplo de filtro solar, que deve ser aplicado 20 minutos antes de expor a pele ao sol; chapéus, sombrinhas, bonés, saídas de praia e roupas claras, que absorvem com menos intensidade os raios ultravioletas e evitar ficar exposto ao sol no período entre 10 e 15h.
A utilização do filtro solar é importante mesmo que se faça uso de chapéus ou bonés, pois os raios ultravioletas podem ultrapassar essas superfícies e alcançar a pele. Os lábios também devem ser protegidos com batons que contenham filtro solar, evitando ressecamento e supostas rachaduras.
Texto e fotos: Kelly Ferreira
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