O deputado federal Sérgio Brito (PSD-BA) defendeu na tribuna da Câmara Federal nesta semana em Brasília a retomada e a ampliação do debate em torno da reforma política. Para o parlamentar, a periodicidade das eleições brasileiras precisa ser revista. Na avaliação de Brito, a realização de um pleito a cada dois anos custa caro aos cofres públicos e à imagem da classe política. “Segundo o TSE, cada eleição custa R$ 30 bilhões. É um absurdo isso”, disse o deputado em entrevista ao Bahia Notícias, ao ressaltar que a unificação das eleições proporcionaria uma economia “grandíssima” e reduziria menos nas atividades de legisladores e governantes. “Nós só trabalhamos dois anos [dos quatro do mandato]. No ano da nossa eleição, para o Congresso. No ano da eleição municipal, para de novo”, admitiu Sérgio Brito. Ele propõe unificar as eleições, “sem reeleição para os cargos do executivo federal, estadual e municipal”. Indagado se existe um ambiente político para o Congresso Nacional analisar uma emenda à Constituição para unificar os pleitos e ampliar de quatro para cinco a duração dos mandatos, Sérgio Britto disse que “pesquisas internas” revelam uma grande adesão dos parlamentares a propostas nesse sentido. “Meu sentimento é de que quase todos são favoráveis”, declarou. Não é o que pensa o deputado federal e presidente do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida. “Não é uma tese fácil de ser tratada porque todos que se elegem têm desejo de reeleição”, pondera o comunista. Na sua visão, é natural que a discussão sobre reforma política volte à pauta neste momento porque o “processo eleitoral estimula o debate porque as pessoas se deparam com o esgotamento desse modelo”. Sérgio Brito defende a necessidade de reativar a Comissão da Reforma Política, criada no início da atual legislatura, mas cujos trabalhos pouco avançaram. Um dos baianos a integrar a comissão – o outro é o petista Waldenor Pereira – Daniel Almeida, aposta que “ainda este ano voltaremos a discutir a reforma”.
Sérgio Brito defende fim da reeleição para o Executivo; Daniel Almeida: ‘não é uma tese fácil’
Na avaliação de Brito, a realização de um pleito a cada dois anos custa caro aos cofres públicos e à imagem da classe política.