A franquia empresarial tem sido um setor promissor no Brasil e não à toa que seu faturamento se amplia consideravelmente, conforme recente pesquisa da ABF – Associação Brasileira de Franchising. Para se ter uma ideia, o setor registrou um crescimento nominal de 12,8% no segundo trimestre deste ano. No semestre, a alta chegou a 15,8% e significou um faturamento equivalente a R$ 121,8 bilhões.

A receita entre abril e junho subiu de R$ 54,3 bilhões para R$ 61,2 bilhões, com destaque para as áreas franqueadas de Saúde, Beleza, Bem-Estar, Alimentação e Casa e Construção. A Bahia também está bem colocada na expansão de franquias: ficou em terceiro lugar na lista dos dez estados que mais faturaram no país, atrás de Minhas Gerais (2º) e Goiás (1º), e a frente do Espírito Santo, Tocantins, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Sul. O setor no estado registrou um faturamento expressivo, ultrapassando os R$ 8,78 bilhões ano passado, representando um crescimento significativo de 15,7% em relação a 2022.

Alguns motivos indicam para o sucesso das franquias no país e no estado: o quadro macroeconômico, com inflação menor, retomada do emprego e PIB positivo, além de melhores práticas e aprendizados aprimorados nos últimos anos, avanço da digitalização em várias frentes.

O presidente da ABF, Tom Moreira Leite, afirmou que o crescimento do setor acima dos dois dígitos mostra a confiança do mercado e entrega resultados favoráveis à sociedade, seja com a contratação de novos funcionários, seja com a contribuição para a economia girar como um todo. O franchising, segundo ele, é uma alternativa de investimento para aquelas pessoas que querem empreender em algum ramo, e oferece modelos de negócios seguros com treinamentos, suporte e infraestrutura das empresas franqueadoras.

Para Tom Moreira Leite, “esses resultados mostram a capacidade de adaptação do setor, principalmente em relação à digitalização e ao ajuste de modelos de negócio. De outro lado, o desejo do consumidor por atividades sociais, principalmente eventos, encontros e confraternizações, movimentou o setor de forma geral, mas principalmente Alimentação e Turismo. A capacidade de levar os mais diferentes serviços a diversas regiões do País também merece ser destacada. Não por acaso, cada vez mais marcas consideram o franchising como uma forma mais ágil e organizada de escalar seus negócios”.

Esse cenário positivo, de acordo com a ABF, reflete a recuperação consistente da economia brasileira cujo crescimento nos primeiros três meses do ano foi de 2,5% em relação a igual período do ano passado. O setor de serviços, por exemplo, teve um desempenho positivo de 3% tanto nos dois primeiros trimestres do ano quanto nos últimos quatro trimestres anteriores, com destaque para a recuperação do consumo interno, produtos nas áreas de turismo e de tecnologia.

Esse resultado foi possível pela melhora significativa do mercado de trabalho, do aumento real dos salários e pelo controle da inflação, embora o setor atribua que se a Taxa Selic estivesse num patamar abaixo dos 10,5% ao ano, todos os indicadores do mercado de franquia estariam ainda melhores.

Tribuna da Bahia

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