Os consumidores encontram dificuldades para contratar financiamentos com taxas mínimas divulgadas recentemente pelos bancos, aponta pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pela associação de consumidores Proteste.
Pesquisadores da entidade visitaram agências de bancos privados e públicos em São Paulo e no Rio de Janeiro entre segunda (23) e terça-feira (24). A pesquisa foi feita na Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil, no HSBC, no Itaú Unibanco e no Bradesco.
Bancos fazem uma série de exigências, como prazo de financiamento, tempo de conta e número de parcelas na hora da concessão da menor taxa
Uma das dificuldades encontradas é que a maioria dos bancos exige a transferência da conta salário para a instituição na hora do pedido de crédito. Além disso, eles fazem uma série de exigências, como prazo de financiamento, tempo de conta e número de parcelas na hora da concessão da taxa mínima. Em outros casos, ainda, a redução de juros é baixa em relação às taxas praticadas anteriormente. Há, também, caso em que os juros subiram.
Financiamento de veículo
No caso de financiamento de veículos, a Proteste simulou o financiamento de um Gol GV 1.0 Flex 4 portas, zero quilometro, em 24 vezes.
“Para as taxas mínimas há uma série de exigências como prazo de financiamento, tempo de conta na instituição e número de parcelas”, diz nota da associação, que diz ter encontrado o cenário na Caixa, onde as taxas menores são de 0,89% para financiamento de veículos.
No Bradesco, a taxa mínima de 0,97% só é válida no caso de o cliente dar entrada de 50% do valor do carro e fizer o parcelamento em, no máximo, seis meses.
A entidade comparou as novas taxas com as encontradas para o mesmo carro e nas mesmas condições em um estudo da associação feito em fevereiro.
A Proteste constatou que não houve mudança significativa e, em alguns casos, a taxa chegou a ser maior do que a verificada anteriormente, como na Caixa. “Enquanto a taxa anterior variava entre 1,66% e 2,6%, hoje o mesmo financiamento é feito com uma taxa de 1,70%”, afirma.
No Bradesco, a taxa para o financiamento do mesmo carro era de 2,45% ao mês em fevereiro e agora a taxa encontrada chegou a 2,22% na agência de São Paulo, e de 2,04% na agência do Rio de Janeiro.
Cartão de crédito
No caso do rotativo do cartão de crédito, no Itaú a nova taxa mínima de 3,85% é praticada somente nos casos de novos clientes e não houve alteração para quem já é correntista, diz a Proteste.
No Bradesco, as novas taxas dependem da linha do cartão do cliente. Por exemplo, um cliente com renda mensal a partir de R$ 3.100 teria acesso a um cartão em que a taxa do rotativo permanece a mesma, 15% ao mês, quase 440% ao ano.
Empréstimo pessoal
Para empréstimo pessoal, a taxa informada no Bradesco para o empréstimo pessoal chega a 7,31%. “As taxas praticadas dependem da renda e do relacionamento com o banco”, ressalta a Proteste.
No Banco do Brasil a informação é de que as taxas irão variar de 1,99% a 5,8%, válidas somente para os que levarem o salário para o banco.
No Itaú, a taxa informada para o empréstimo pessoal é 3,55%, também válida somente para novos clientes que receberem o salário pelo banco.
No caso do HSBC, a associação diz que os pesquisadores tiveram dificuldades para obter simulação de financiamento para não clientes.
A proteste diz, ainda, que é levada em conta a renda e o histórico do cliente na hora de definir a taxa de juros a ser oferecida, por isso é importante pesquisar também as taxas máximas oferecidas.
Respostas dos bancos
Em nota, o Banco do Brasil disse que as taxas são válidas para todos os clientes do banco. “Diferentemente do que informou a Proteste, as taxas de juros para empréstimo pessoal no BB (BB Crédito Automático) foram reduzidas de 3,39% a 6,79% ao mês, para o intervalo de 1,99% a 5,8% ao mês e são válidas para todos os clientes do Banco do Brasil”, diz a nota.