A origem e significado da tradição são desconhecidos, talvez de origem pagã, mas pode ter sido recuperada pelo cristianismo que em tempo de Quaresma chama os fiéis para o arrependimento e penitência, em função dos rituais que a materializam, e parece retratar, de algum modo, o percurso de Cristo até o calvário. Em Sento Sé, dois cordões participam da procissão que começa em frente ao cemitério Municipal, na mais profunda escuridão e silêncio, percorrem ruas e avenidas, param em determinados pontos, chamados de estações, e terminam na Igreja do bairro Tombador.
O ritual dos penitentes de Sento Sé pode acabar por falta de segurança. A tradição religiosa-cultural perdeu a sua força nos últimos dez anos. Segundo organizadores, participantes estão inibidos por conta da ação de “malandros” e jovens que jogam latas e pedras nos integrantes. Os cordões das “Alimentadoras de almas” formados pelas mulheres e os “disciplinadores” (homens que se autoflagelam) quase que não são mais vistos. Atualmente os penitentes só saem na Sexta-feira Santa. Os participantes individualmente se deslocam até o cemitério, se vestem e fazem suas rezas e rituais no próprio cemitério e retornam para a igreja do Tombador.