Mais de 12 milhões de pessoas beneficiadas em 390 municípios em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, R$ 8,2 bilhões investidos, cerca de 10 mil trabalhadores envolvidos. Os números fazem a integração do Rio São Francisco ser considerada a maior obra infraestrutura para abastecimento de água da história do Brasil.
Prevista para terminar em 2017, a transposição do “Velho Chico” atende a uma demanda de recursos hídricos na região Nordeste do Brasil.
De acordo com dados do governo, o Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água. Já o Rio São Francisco responde por 70% de toda a oferta de água da região.
A obra consiste, basicamente, em fazer com que as águas do Rio São Francisco cheguem a outros reservatórios de forma sustentável (ou seja, sem grandes impactos ambientais). Para tanto, a água percorre o trajeto de duas formas: por gravidade (o canal da obra tem uma declive de 3º) ou com a força de estações de bombeamento.
A sustentabilidade da transposição, no entanto, divide opiniões. Movimentos em defesa do rio alegam que o projeto poderia desequilibrar o ecossistema do local. O governo, por sua vez, garante que projetos de revitalização devem compensar possíveis impactos ambientais.
A obra de transposição do Rio São Francisco é dividida em dois eixos: o Norte, que vai do município de Cabrobó (PE) até Cajazeiras (PB) e tem 260 km de extensão, e o Leste, que vai de Floresta (PE) até Monteiro (PB) e tem 217 km. No Eixo Norte, a primeira fase das obras da Meta 1, que conta com a primeira estação de bombeamento (EBI-1), foi entregue no dia 21 de agosto de 2015. Já no Eixo Leste, a primeira estação de bombeamento (EBV-1) foi entregue no ano passado. A previsão é de que seja entregue a EBV-2 em 15 de outubro deste ano. Confira no mapa abaixo mais detalhes sobre cada ponto do projeto. Clique nos números para navegar:Como funcionam as obras do Projeto São Francisco
Entenda o trabalho feito em uma estação de bombeamento
Há duas possibilidades para a água do Rio São Francisco chegar aos reservatórios dos Eixos Norte e Leste. Uma delas é por gravidade. Ou seja, a água do rio vai descendo suavemente pelos canais. Caso o terreno seja muito elevado, túneis farão com que a água passe pelo subterrâneo. Caso o terreno seja muito baixo, há duas possibilidades: construir aquedutos ou se utilizar de estações de bombeamento. O infográfico abaixo mostra como funciona a estação de bombeamento:
O caminho das águas
Para chegar do Rio São Francisco até a casa dos moradores da região, a água passa por um longo caminho. O vídeo abaixo mostra as etapas do percurso:
1 – A água sai do rio e desce por gravidade até uma estação de bombeamento.
2 – Na estação, ela é elevada e volta aos canais. Lá continua a descer por gravidade.
3 – Para descer sempre no mesmo ritmo, a água passa por aquedutos e túneis subterrâneos.
4 – No meio do caminho, saídas de água vão abastecer diretamente 390 comunidades vizinhas à obra.
5 – A água que continua pelos canais vai para reservatórios. Em alguns casos, será usada também para gerar energia elétrica.
6 – Dos reservatórios, a água deve chegar até as cidades por meio de planos de saneamento básico. Depois de todo esse processo, enfim, chega às torneiras das casas e à agricultura.
Glossário:
Declive – Superfície cuja altura diminui gradualmente à medida que é percorrida
Aclive – Superfície cuja altura aumenta gradualmente à medida que é percorrida
Transposição – Transporte de água
Metros cúbicos – Medida de volume: 1 metro cúbico equivale a mil litros
Forebay – Espaço mais largo do duto que serve para diminuir a pressão da água
Vazão – Volume de água que passar por determinado ponto
Fonte: Agencia Brasil