A CPI do Cachoeira aprovou a convocação dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF), mas rejeitou ouvir o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A decisão de votar requerimentos convocando governadores levou mais de duas horas, tomadas pelo embate entre o PT e o PSDB na comissão de inquérito.
Perillo, que segundo investigações da Polícia Federal teria loteado seu governo com indicações de Cachoeira e recebido dinheiro do empresário pela venda de uma casa, foi convocado por unanimidade.
Mais cedo, a CPI adiou a votação do requerimento que pedia a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador tucano. Já a convocação de Agnelo foi aprovada por 16 votos a favor e 12 contra. O PT foi contrário a chamá-lo, alegando que não há no inquérito nada que ligue o governador ao esquema de Cachoeira.
A PF identificou, entretanto, o envolvimento do seu ex-chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, com o empresário, assim como outros membros do governo do DF. Monteiro pediu afastamento do cargo após ser citado em conversas telefônicas de pessoas do grupo de Cachoeira. Em uma das conversas, é discutido um suposto pagamento de propina pelo sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, e Cláudio Abreu, então diretor da Delta.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que não teme ser convocado para depor na CPI do Cachoeira. Ele seria chamado para explicar a relação que mantém com o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Construções.
Pela primeira vez, Cabral comentou as críticas pela relação próxima com fornecedores do Estado reveladas por fotos feitas em Paris, em 2009. Ele disse não misturar as relações pessoais com a atividade pública e afirmou considerar “desrespeitosas as ilações feitas”.